Outubro - Mês do Rosário - A origem do Terço e do Rosário



São Luís Maria Grignion de Montfort (1673 –1716), grande apóstolo de Maria Santíssima, escreveu:
“A Santíssima Virgem revelou ao Bem-aventurado Alain de la Roche que, depois do Santo Sacrifício da Missa, que é o primeiro e mais vivo memorial da Paixão de Jesus Cristo, não havia devoção mais excelente e meritória que o Rosário, que é como que um segundo memorial e representação da vida e da Paixão de Jesus Cristo”. Assim sendo, depois da Santa Missa o Santo Rosário é a mais poderosa arma de eficácia comprovada contra Satanás e seus sequazes, que procuram perder as almas. É um meio de salvação dos mais poderosos e eficazes que nos foi oferecido pela Divina Providência.
 
A origem do terço é muito antiga. Remonta aos monges cristãos eremitas que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. Em 1328, segundo a tradição, Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do Rosário para a salvação do mundo. Nasceu assim a devoção do Rosário, que significa coroa de rosas oferecidas a Nossa Senhora. O terço é uma das mais queridas devoções a Nossa Senhora que, aparecida em Fátima, Ela pediu aos pastorinhos: "Meus filhos, rezem o terço todos os dias.” O Terço que consiste em 50 ave-marias intercaladas por 10 padre-nossos se mantém desde o pontificado do Papa Pio V (1566-1572), que deu a forma definitiva ao terço que conhecemos hoje.
 Quanto às meditações, ressalta-se, porém, que até o ano de 2002, cada Rosário, que era composto de três terços (150 ave-marias) passou a ser composto de quatro terços (portanto, 200 ave-marias no total). Ao celebrar 24 anos de pontificado, no dia 16/10/2002, o Papa João Paulo II assinou a carta apostólica Rosarium Virginis Mariae em que acrescenta, ao rosário, os cinco Mistérios da Luz, inspirados na vida pública de Jesus. Os mistérios foram divididos em quatro partes, cada qual com cinco meditações: nascimento e infância de Jesus (mistérios da alegria), paixão e morte de Jesus (mistérios dolorosos), vida pública de Jesus (mistérios da luz), ressurreição e ascensão de Jesus (mistérios gloriosos). Dessa forma, ressalta-se que no terço a oração central é Jesus, pois meditamos todo o Novo testamento – evangelhos - e nos coloca diante da Santíssima Trindade e de Maria. Podemos observar que o terço é também uma oração inspirada na Bíblia (reza-se 5 vezes o Pai-Nosso - ensinado por Jesus - 50 vezes a Ave-Maria (que contém a saudação do anjo Gabriel e de Isabel a Maria).
 
 Hoje, reza-se mais o terço (individual ou coletivamente). O rosário é a recitação de quatro terços. A história do Santo Rosário se confunde com a própria história da oração da Ave-Maria e com a própria devoção à Mãe de Deus. Teve seu início nas liturgias dos primeiros séculos do cristianismo, ganhando força a partir da piedade do povo. A história registra que o Rosário de Ave-Marias deriva do Rosário de Pai-Nossos. Este teria sido introduzido por São Bento, porque havia monges pouco letrados que apresentavam dificuldade para recitar os 150 salmos em latim, o saltério. Assim, eram autorizados a recitar 150 Pai-Nossos em substituição aos salmos. Para facilitar a contagem, os monges utilizavam um cordão com 150 grãos nele inseridos, cuja prática tornou-se comum nos séculos X e XI. O Rosário de Ave-Marias começou a surgir por volta de 1150, logo se popularizando, especialmente com os frades dominicanos. No século XV o frade dominicano Alano de la Roche não apenas teria sugerido a recitação do Rosário de Ave-Marias, como teria criado por toda parte as Confrarias do Santíssimo Rosário (ou Irmandades do Rosário), pelas quais a oração era largamente difundida. A forma atual do Rosário foi fixada por um papa dominicano, São Pio V, que determinou o número de Pai-Nossos e Ave-Marias, na Carta Apostólica Consueverunt Romani Pontífices. A devoção do Papa Pio V ao Santo Rosário, está registrada por diversos historiadores da Igreja. Também temos a respeito a publicação de Dom Estevão Tavares Bettencourt, OSB, teólogo e biblista recentemente falecido. (Cfr. o livro “Católicos perguntam” - Ed. Lumen Christi).
 
 Esta vitória dos cristãos sobre a frota otomana, ocorrida a 7 de outubro de 1571, denominada de Batalha de Lepanto. Naquela época, os turcos haviam atingido o apogeu de seu poder e pretendiam dominar a França e a Itália, apoderando-se de Roma. Havia o risco de os cristãos assistirem a Basílica de São Pedro ser transformada em uma mesquita islâmica. Os cristãos encontravam-se enfraquecidos, razão pela qual o Papa Pio V atribuiu a vitória cristã à devoção a Nossa Senhora e à recitação do Santo Rosário. Para celebrar a vitória, o Papa instituiu, no calendário litúrgico da Ordem de São Domingos, a Festa de Nossa Senhora do Rosário que foi estendida a toda a Igreja pelo Papa Clemente XI, em 1716. Na carta apostólica Rosarium Virginis Mariae, o Papa João Paulo II exorta as famílias a rezarem o Rosário, dizendo que “o relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes desta crise da nossa época”. Enfim, a devoção da recitação do Rosário tem a seu favor o privilégio da recomendação feita por Nossa Senhora nas aparições de: Lourdes, na França e Fátima, em Portugal. O que naturalmente depõe em favor de sua validade em todos os tempos.
Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!
Fonte: SÁ FREIRE, Rita de Cássia Pinho França de - Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos: Títulos Orações e Devoções. Ed. Petrus: 2010. São Paulo.
 

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